sábado, 17 de abril de 2021

P’ra rir…ou sorrir…134

 

"Cats...They simply don't care..."  (...ou como se diz em tuga: "...'tão-se cagando..." 😸)


quarta-feira, 14 de abril de 2021

terça-feira, 13 de abril de 2021

P’ra rir…ou sorrir…132

 



“Ivo Rosa não livrou Sócrates. Livrou o sistema que o criou.”

 Crónica de João Miguel Tavares, 9 de Abril de 2021, in Jornal “Público”

Ivo Rosa não livrou Sócrates. Livrou o sistema que o criou.

Em vez de testa de ferro, Santos Silva passou a ser o bode expiatório do processo, com Salgado, Bava, Granadeiro, Vara ou Bataglia a saírem de mansinho. Esse é o grande escândalo. 

A decisão do juiz Ivo Rosa teve esta originalidade: matou a Operação Marquês e matou José Sócrates. Se a sua primeira tentação, caro leitor, for achar que Ivo Rosa ilibou o antigo primeiro-ministro, pare um bocadinho e pense outra vez. Não é verdade. Ao manter três crimes de branqueamento de capitais, mais três crimes de falsificação de documento, e considerando a fundamentação a que recorreu para sustentar tais crimes, Ivo Rosa sustentou a existência de indícios mais do que suficientes para acreditar que Sócrates recebeu de forma ilegítima 1,7 milhões de euros de Carlos Santos Silva.

Isto é a confirmação da sua morte política. A pena máxima por branqueamento de capitais é de 12 anos. A de corrupção passiva é de oito. Se for condenado, Sócrates poderá passar muito tempo na prisão. Ainda por cima, Ivo Rosa justificou a manutenção dos três crimes de branqueamento de capitais com a existência de um crime precedente, embora prescrito: corrupção passiva sem demonstração de acto concreto. Ou seja, a tese de Ivo Rosa é esta: Carlos Santos Silva corrompeu José Sócrates enquanto ele era primeiro-ministro, e José Sócrates deixou-se corromper. O juiz falou em “venda da disponibilidade” por parte do ex-primeiro-ministro, subscrevendo (coisa rara) uma expressão utilizado pelo Ministério Público (MP): “compra da personalidade”. São palavras assassinas.

Sócrates saiu do Campus da Justiça a simular uma vitória que não obteve. Um juiz – ainda por cima alguém que ele tanto elogiou – acusou-o de ter sido corrompido. Claro que a tese de Ivo Rosa é extraordinária para quem tenha ouvido as escutas do processo. O pobre Carlos Santos Silva, tratado a pontapé nas escutas da Operação Marquês, que Sócrates tratava como se fosse seu capacho, transformou-se agora em pujante corruptor, perdendo aos olhos da decisão de Ivo Rosa o estatuto de testa de ferro – coisa que obviamente era. Em vez de testa de ferro, Santos Silva passou a ser o bode expiatório do processo, com Salgado, Bava, Granadeiro, Vara ou Bataglia a saírem de mansinho.

Esse é o grande escândalo. E é por isso que centrar apenas os holofotes em Sócrates é um erro enorme. Ivo Rosa não salvou José Sócrates. Salvou o sistema que o alimentou e que ele próprio promoveu. Aquilo que se eclipsou não foram as suspeitas que recaíam sobre a figura de proa do processo – foi toda a arquitectura de corrupção que o MP reconstruiu para justificar os 34 milhões de euros que passaram pelas contas de Carlos Santos Silva. Foi um segundo arquivamento do atentado ao Estado de Direito. Todo o circuito do dinheiro, tudo o que se descobriu nos Panama Papers, toda a colaboração das autoridades suíças; tudo isso o juiz transformou numa bolinha de papel e atirou para o caixote do lixo.

Só que Ivo Rosa tem um problema: falou demais para o seu próprio bem. Se ele se tivesse atido a questões formais, derrubando a acusação através da contestação dos prazos do MP, com o argumento de que estava tudo prescrito, a discussão era apenas jurídica, e ficávamos com o retrato do juiz obcecado com os direitos e garantias dos arguidos, e com uma leitura muito estrita da lei. Infelizmente, Ivo Rosa fez mais: desvalorizou provas, sobrevalorizou testemunhas da defesa, exibiu uma total ignorância sobre os mecanismos de decisão política, e demonstrou que na sua peculiar concepção do Direito é mais fácil um camelo passar por um buraco de uma agulha do que um corrupto ser condenado em Portugal.


sexta-feira, 9 de abril de 2021

...uma vergonhosa nojice...

 


...uma vergonhosa nojice...

José Gomes Ferreira critica a forma como o juiz desmantelou a acusação do Ministério Público e o tom jocoso que usou.

SIC Notícias - "Edição da Tarde" - 09-04-2021

A decisão do juiz Ivo Rosa na fase de instrução do processo da Operação Marquês foi conhecida esta sexta-feira. O juiz decidiu que grande parte do processo não passará a julgamento, incluindo 25 dos 31 crimes de que José Sócrates era acusado. José Gomes Ferreira critica atuação do juiz e a considera que foi passada “uma grande esponja” sobre as provas indireta.

 “O que mais me surpreendeu foi o passar de uma grande esponja - literalmente - sobre aquilo que são as provas indiretas de que houve benefício de milhões e milhões de euros a favor de um ex-primeiro-ministro. E foi passada uma grande esponja pelo juiz Ivo Rosa que criticou e tentou desmantelar completamente uma tese da acusação. Mas não está isento de crítica”, disse o jornalista na Edição da Tarde.

José Gomes Ferreira sublinha que a fundamentação para desmantelar a acusação teve por base “os depoimentos dos amigos de José Sócrates, dos governantes que governaram com José Sócrates e dos próprios depoimentos dos empresários gestores, donos do negócio, que estavam a beneficiar com as suspeitas de corrupção e influências”.

 “É com base nestes testemunhos que o juiz Ivo Rosa vem dizer aos portugueses ‘não está ligado’, ‘não está confirmado’, ‘não tem lógica’? Como não tem lógica? Então ele achava que ia anunciar no inquérito ‘sim, eu paguei, eu fiz-lhe chegar dinheiro’? É assim que funciona a prova de corrupção em julgamentos de corrupção?”, questiona o jornalista.

Para além da "esponja", José Gomes Ferreira identifica ainda o tom jocoso e irónico que o juiz uso durante a leitura da decisão. O jornalista considera que “Ivo Rosa prestou um péssimo serviço à Justiça do país e colocou a justiça num grau quase zero”.

 “Quem se julga Ivo Rosa para se arrogar no direito de, por um lado, usar um tom jocoso, com adjetivos absolutamente deslocados para aquilo que seria uma consideração sobre o trabalho de parceiros da Justiça, e para desmantelar completamente uma acusação que ele sabe que só pode ser feita por prova indireta?”, interroga, acrescentando que – “em bom português” – o juiz Ivo Rosa “gozou com Ministério Público, e mais do que isso, gozou com os portugueses que pagam impostos”.

José Gomes Ferreira espera agora que seja entregue um pedido recurso por parte do Ministério Público no tribunal da relação e que o juiz Ivo Rosa seja “posto em seu devido lugar, que é o que ele precisa”.

 




sábado, 3 de abril de 2021

Pérolas 317

 


Roger Waters’ Socially Distanced Take on Pink Floyd’s ‘Two Suns in the Sunset’

Roger Waters: Guitar and Vocal;   Dave Kilminster: Guitar;   Joey Waronker: Drums;   Lucius-Jess Wolfe and Holly Laessig: Vocals;  Gus Seyffert: Bass;          Jonathan Wilson: Guitar;   Jon Carin: Piano and Keys;   Bo Koster: Hammond;   Ian Ritchie: Saxophone;    

Wrangled together by Sean Evans & Roger Waters;   Mixed by Gus Seyffert assisted by Sean Cook;   Edited by Andy Jennison


In my rear view mirror, the Sun is going down
Sinking behind bridges in the road
And I think of all the good things
That we have left undone
And I suffer premonitions
Confirm suspicions
Of the holocaust to come

The rusty wire that holds the cork
That keeps the anger in
Gives way
And suddenly, it's day again
The Sun is in the east
Even though the day is done
Two suns in the sunset
Hmm
Could be the human race is run

Like the moment when the brakes lock
And you slide towards the big truck
You stretch the frozen moments with your fear
And you'll never hear their voices
And you'll never see their faces
You have no recourse to the law anymore

And as the windshield melts
And my tears evaporate
Leaving only charcoal to defend
Finally, I understand the feelings of the few
Ashes and diamonds
Foe and friend
We were all equal in the end

And now the weather
Tomorrow will be cloudy with scattered showers spreading from the east
With an expected high of 4000 degrees Celsius

 

In “Two Suns In The Sunset” – Roger Waters/Pink Floyd






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