sábado, 5 de julho de 2014

…o(s) eunuco(s)…

…eles estão por todo o lado, em todos os estratos, níveis, actividades da nossa sociedade e de vida…
…seja em cargos dirigentes, ou em quadros intermédios e ou de baixo escalão… cada um à sua maneira e de formas distintas, mas com um ponto fulcral, em comum… ou melhor dito… a “falta” (em termos metafóricos) de um ponto fulcral… “dois gémeos” que se situam no “meio” das pernas… e não estou a falar dos joelhos…
…e estes seres pululam (independentemente do género, porque também existem no feminino) um pouco por todo o lado (quer na nossa vida social, quer na nossa profissional), para constante pasmo e, por vezes, para desespero de quem tem uma coluna vertebral e valores de seriedade, brio, honra e sentido de igualdade entre pessoas, incutidos dentro de si por natureza ou por educação (não aquela que te coloca um “Dr(a)” antes do nome, mas aquela que os mais velhos que te transmitem em casa)…
…eu (deve ser karma, certamente) tropeço neles de vez em quando no meu trajecto de vida… verdade seja dita, que também tenho a felicidade de encontrar pessoas que são diametralmente opostas, onde sobressaem a coragem, a lealdade e o aprumo enquanto ser humano… mas, infelizmente, são incomparavelmente menos e muito raras… até por dá muito mais jeito e é mais cómodo ser desprovido dessas qualidades, para se levar a água ao seu moinho, que anda muito perto do acto de coçar prazenteiramente o dito “par” acima mencionado (…mesmo que não “os” tenham … ), mesmo que advoguem que fazem precisamente a atitude inversa…
…esta semana tive (porque “convidado superiormente” para isso) um “approach” de cerca de hora e meia com vários tipos destas “figuras”, situados nos vários níveis da pirâmide estrutural (e não intelectual) do local onde trabalho como eterno “sacrificado” funcionário público…
 … uns (umas) já estava a contar que assim fossem, do tipo “cãozito-de-peluche-que-abana-a-cabeça-e-dá-à-cauda” (icon decorativo dos automóveis dos anos 60/70 do século passado)…
…de alguns outro(a)s não esperava tanta inércia, silêncio e comodismo, apesar de antes, em termos teóricos e por verbalização de argumentos, tivessem “baixado as calças” para exibirem como os tinham “grandes”…. digamos que depois, e como tantos outros, optaram por “baixar as calças” (para outro efeito desta vez…) e dobrado a espinha (se é que alguns a têm…), perante a mão (untada de vaselina em discurso institucional) que lhe passaram pelo pêlo… ou por outro lugar qualquer…
…restou o “indígena do costume” (…pois….eu…) que, após “demissão” de quem o deveria fazer (…que surpreendente, uma vez mais…!!!) e depois de ouvir a estafada e costumeira conversa de quem está “quase” (assumiu isso sem o dizer directamente) no topo da pirâmide  de “estar sempre disponível para ouvir”, “aceitar opiniões”, “tratar todos de forma igualitária”, etc, etc, etc e blá-blá-blá, tomou a decisão de experimentar se, de facto, esse discurso correspondia à verdade apregoada…
…e não correspondia, de facto…!!! …aliás, sem grande surpresa minha, diga-se…
…após poucos minutos de explanação de ideias, opiniões, criticas também, sugestões e perguntas directas, deparei com mais um daqueles entes supra citados…mas este com uma substância diferente (porque acha e diz que é exactamente o contrário do que revelou ser…e demonstrou-o na falta de encaixe moral, da forma como rebateu as diferenças de perspectivas que lhe foram apresentadas) e também, por isto e pelo lugar que ocupa, mais “perigoso”… porque é muito fácil um lobo introduzir-se (disfarçado com solidariedade, preocupação e diligência) no meio do rebanho, especialmente quando as ovelhas parecem que até têm vontade de ser “comidas”… menos esta “ovelha negra” que conhece este tipo de “lupus canis” à légua e que tão má fama dão a tão magnifico animal…             
…depois de ter defendido, inclusive, damas que nem eram as suas, em termos do funcionamento dos serviços, este escriba, através da resposta (…dada a dois tempos…) a uma simples (e particular) pergunta (que, como muitas outras, não foram compreendidas a quem a dirigiu – “pergunta-se alhos, respondem-te bugalhos”), ficou a plena certeza que a questão do “igualitarismo e da falta de favorecimento” defendida como bandeira do outro lado da mesa é pura retórica demagógica, se tomarmos como exemplo o regresso iminente e festivo de um ser da mesma espécie, que tem lugar cativo no “rebanho” e sempre dócil para os seus pastores (…mesmo que estes vão mudando…) …pois é… existem “ovelhinhas” que assim levam a vida na boa…
…como brinde final, vinda do mesmo lado, recebi ainda uma alusão insultuosa no que toca ao meu brio profissional, se intenta-se seguir (alguns) dos últimos passos saltitantes da dita “ovelhinha capada”, que tão abençoados foram pelo seu “dono” que, no tropel de “não favorecer ninguém”, chegou a “atropelar” a lei …
…mas, enfim, há quem goste e viva assim…
…e no final, tudo na mesma…
…o senhor do (quase) topo da pirâmide recolheu ao seu “bunker” e as ovelhinhas saíram ordeiras, balindo alto e contentes…
…e a incómoda “ovelha negra” sacou de um cigarrinho e pôs-se a caminho do refúgio da sua casa, matutando se, perante tudo o que tem constatado, não valerá a pena ser “eunuco” nesta vida…   

…mas continuo a achar que “os” prefiro manter no sítio, por muitos pontapés que alguns lhe vão dando…


JP ®




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