quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
quinta-feira, 23 de julho de 2020
terça-feira, 21 de julho de 2020
sábado, 11 de julho de 2020
...
banda sonora: “Acção”, de Carlos Paredes
(uma curiosidade: neste pequeno filme, vemos toda a equipa irmanada na
loucura dos festejos do golo…vi e revi as imagens e não vislumbrei sombra do “melhor
jogador madeirense de todos os tempos”…devia estar a festejar como ele próprio,
porque o egoísmo é o que é, por mais que se diga que se faz parte de uma equipa…)
segunda-feira, 29 de junho de 2020
…53…
Well you didn't wake up
this morning 'cause you didn't go to bed
You were watching the whites of your eyes turn red
The calendar on your wall was ticking the days off
You've been reading some old letters
You smile and think how much you've changed
All the money in the world couldn't buy back those days
You pull back the
curtain
And the sun burns into your eyes
You watch a plane flying
Across a clear blue sky
This is the day, your life will surely change
This is the day, when things fall into place
You could have done
anything, if you wanted
And all your friends and family think that you're lucky
But the side of you they'll never see
Is when you're left alone with your memories
That hold your life together, like glue
This is the day, your
life will surely change
This is the day, when things fall into place
In “This is the Day” – The
The
Composição: Matthew Johnson
domingo, 28 de junho de 2020
sábado, 27 de junho de 2020
nimas 013… Cloud Atlas ... "everything is connected"
Sonmi-451: “Our lives are not our own. From womb to tomb,
we are bound to others.
Past and present. And by each crime and every kindness,
we birth our future.”
… a rever o “Cloud
Atlas” no NOS Studios…uma verdadeira obra-prima…
"Cloud Atlas" (2012), de Tom
Tykwer, Lana Wachowski e Andy Wachowski,
com Tom Hanks, Halle Berry, Jim Broadbent,
Hugo Weaving, Jim Sturgess, Doona Bae, Ben Whishaw, James D'Arcy, Zhou Xun, Keith
David, Susan Sarandon, Hugh Grant e David Gyasi
Pérolas 310
"A Sort of Homecoming" (05:28)
"Pride (In the Name of Love)" (03:50)
"Wire" (04:19)
"The Unforgettable Fire" (04:55)
"Promenade" (02:35)
"4th of July" (02:17)
"Bad" (06:08)
"Indian Summer Sky" (04:19)
"Elvis Presley and America" (06:23)
"MLK" (02:34)
U2
Bono: vocals.
The Edge: guitar, keyboards, vocals.
Adam Clayton: bass.
Larry Mullen Junior: drums.
Additional vocals, instruments and treatments: Brian Eno
/ Daniel Lanois.
String Arrangement: Noel Kelehan.
Fairlight: Paul Barret.
Produced and Engineered by: Brian Eno & Daniel
Lanois.
All tracks recorded in Ireland at Slane Castle, Co. Meath
and Windmill Lane Studios, Dublin.
sexta-feira, 26 de junho de 2020
sábado, 13 de junho de 2020
quarta-feira, 10 de junho de 2020
terça-feira, 12 de maio de 2020
Pérolas 309 (Diários da quarentena 32)
In this proud land we grew up strong
We were wanted all along
I was taught to fight, taught to win
I never thought I could fail
No fight left or so it seems
I am a man whose dreams have all deserted
I've changed my name, I've changed my face
But no one wants you when you lose
Don't give up
'Cause you have friends
Don't give up
You're not beaten yet
Don't give up
I know you can make it good
Though I saw it all around
Never thought I could be affected
Thought that we'd be the last to go
It is so strange the way things turn
Drove the night toward my home
The place that I was born, on the lakeside
As daylight broke, I saw the earth
The trees had burned down to the ground
Don't give up
You still have us
Don't give up
We don't need much of anything
Don't give up
'Cause somewhere there's a place
Where we belong
Rest your head
You worry too much
It's going to be alright
When times get rough
You can fall back on us
Don't give up
Please don't give up
'Got to walk out of here
I can't take anymore
Going to stand on that bridge
Keep my eyes down below
Whatever may come
And whatever may go
That river's flowing
That river's flowing
Moved on to another town
Tried hard to settle down
For every job, so many men
So many men no-one needs
Don't give up
'Cause you have friends
Don't give up
You're not the only one
Don't give up
No reason to be ashamed
Don't give up
You still have us
Don't give up now
We're proud of who you are
Don't give up
You know it's never been easy
Don't give up
'Cause I believe there's a place
There's a place where we belong
In “Don’t Give Up” – Peter Gabriel & Kate Bush;
lyrics and composition by Peter Gabriel
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Pérolas 308 (Diários da quarentena 31)
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
Thunder
I was caught
In the middle of a railroad track (thunder)
I looked round
And I knew there was no turning back (thunder)
My mind raced
And I thought what could I do (thunder)
And I knew
There was no help, no help from you (thunder)
Sound of the drums
Beatin' in my heart
The thunder of guns
Tore me apart
You've been thunderstruck
Rode down the highway
Broke the limit, we hit the town
Went through to Texas, yeah, Texas
And we had some fun
We met some girls
Some dancers who gave a good time
Broke all the rules, played all the fools
Yeah, yeah, they, they, they blew our minds
I was shakin' at the knees
Could I come again, please?
Yeah, the ladies were too kind
You've been thunderstruck, thunderstruck
Yeah, yeah, yeah, thunderstruck
Yeah
Oh, thunderstruck, yeah
Now we're shaking at the knees
Could I come again, please?
Thunderstruck, thunderstruck
Yeah, yeah, yeah, thunderstruck
Thunderstruck, yeah, yeah, yeah
Said: Yeah, it's alright
We're doing fine
Yeah, it's alright
We're doing fine
(So fine)
Thunderstruck, yeah, yeah, yeah
Thunderstruck, thunderstruck, thunderstruck
Whoa, baby, baby, thunderstruck
You've been thunderstruck, thunderstruck
Thunderstruck, thunderstruck, thunderstruck
You've been thunderstruck
In “Thunderstruck” – AC/DC; lyrics and composition by Angus Young / Malcolm
Young
domingo, 10 de maio de 2020
...Little Richard (...in memoriam...)
segunda-feira, 4 de maio de 2020
...Quarantine intermission... (part 2)
Passaram três semanas sem pôr
um pezinho na rua. O abastecimento alimentar chega-me pela amabilidade de dona
Hortênsia, a porteira do prédio. Ela vai ao take-away, telefona-me a informar
do que há à venda, escolho, não tardará tenho a refeição à porta do apartamento
que se entreabre para lhe pagar o devido.
Confesso, ao princípio deste
recolhimento, determinado pelo maligno vírus, a situação não me desagradava. Lá
fora, a minha vida corria em stress feito de afazeres, contrariedades e fadiga.
Dormi sem despertador, instalei-me no sofá, consumi intermináveis horas de
televisão, desde o noticiário e os debates sobre a doença até filmes e jogos de
futebol de anos distantes em que víamos golos em directo e multidões nas
bancadas dos estádios.
Sabia-me bem esse fazer nada.
Pena não sacudir um pouco a moleza e praticar algum exercício, o médico
tinha-me incitado: “Senhor Eduardo, não prescinda de movimentos físicos,
pernas, braços, tronco, mexa-se, meu caro”. Fui dando algumas poucas passeatas
pelo corredor mas a alteração maior foi conceder menos tempo ao sofá e à
televisão e instalei-me na varanda. É uma varanda pequena, pouco mais de dois
metros de largura e uns quatro de comprimento, todavia suficiente para colocar
um cadeirão estofado e uma banqueta capaz de estender as pernas. Nesse
respiradouro comecei a ler livros adquiridos em tempos sem tempo para grandes
leituras.
Distraía-me, porém, a
vizinhança. Do meu lugar de observação avistava as casas da rua com moradores à
janela. Homens em pijama, mulheres em roupão, de tudo ia vendo, gente diversa
refugiada nos domicílios.
A minha primeira curiosidade
não se fixou no enfiamento das janelas da rua em frente. Na varanda ao lado da
minha, o morador fizera do pequeno espaço um simulacro de ginásio. Para minha
vergonha, o homem, ainda jovem, entregava-se a flexões sem conta, torções na
zona da cintura, inclusive pinos. Assim todos os dias. As únicas palavras que
trocámos foram, por minha iniciativa, de apresentação – “Chamo-me Eduardo e
moro aqui”, disse eu e ele correspondeu: “Libério, muito prazer”. De então em
diante eu limitava- -me ao “bom dia” e ela retrucava com as mesmas duas
palavras a meio do exercício ginástico.
Cansava só de ver. Espraiando
o olhar pelas janelas da rua viria a deter-me noutra varanda em que uma mulher
regava vasos de flores. Todas as tardes. Mas pela manhã já se deixava ver, num
inconfundível robe vermelho e amarelo. Mesmo à distância de uns quarenta
metros, dei por certo que possuía um rosto belíssimo e corpo esbelto, atrevo-me
mesmo a concluir pela perfeição das pernas, entremostradas quando se reclinava
na cadeira de lona desdobrável. Não sou um voyeur, nem mesmo um tipo sensível
ao ponto de perder a serenidade na contemplação de uma mulher, por muito que me
agrade à vista. O certo, porém, era crescer-me a impaciência quando aquela
figura de robe vermelho e amarelo se demorava um pouco a aparecer no meu
horizonte.
Na espera, lá ia notando
outros vizinhos que se debruçavam para a rua deserta. Entre eles um pertinaz
fumador de cachimbo e uma senhora que demoradamente se penteava. Já estranhava
quando não os via. A eles e a outros que a nossa reclusão comum retinha em
casa.
Hoje, o ginasta da varanda ao
lado deve estar em repouso de tantas cambalhotas ou preferiu exercício
diferente, acredito que se está a dependurar em alguma trave colocada no
interior da residência. Oxalá que a ausência não resulte de alguma lesão
muscular, acontece com frequência aos melhores atletas.
Fui à porta recolher o almoço
do dia, a dona Hortência trouxe-me arroz de pato e o jornal diário adquirido na
tabacaria próxima, ainda bem que não a fecharam. Sento-me no exterior mas a
leitura é interrompida por miradas à janela onde costumo ter o gosto de admirar
a mulher do robe. Estou sem sorte. Natural é ter-se deslocado ao supermercado
ou atreveu- -se a breve passeio para desentorpecer as pernas que presumo
lindas. Invejo a destreza do atlético senhor do lado, pensando bem, esse não
dispensará correr em toda a volta do quarteirão, em passadas céleres, a esta
hora terá percorrido alguns quilómetros, parabéns senhor Libério, fixei o nome
dele.
Mais estranha é já a demora da
mulher que, sem uma palavra entre nós, tem vindo a seduzir-me. Demasiado tempo
para compras no supermercado ou mesmo um passeio em redor. Começo a preocupar-me
quando, enfim!, ela sai de dentro para a varanda florida. Respiro fundo… mas
logo suspendo a respiração. Ela fala, rindo e gesticulando, com alguém que não
posso ver ainda. Vejo-o não tarda e sufoco de espanto. Da casa dela, talvez do
quarto dela, sai o ginasta Libério, em calções e tronco nu. Recolho à minha
sala e tento distrair-me fazendo zapping na televisão.
In “Os contos do Zambujal”, publicado no jornal “Tempo Livre” da Fundação Inatel, edição de Maio/Junho 2020