segunda-feira, 26 de março de 2018

Pérolas 243


Per7ume & Rui Veloso - ''Intervalo''

Vida em câmara lenta,
Oito ou oitenta,
Sinto que vou emergir,
Já sei de cor todas as canções de amor,
Para a conquista partir.

Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal…
Sou eu…
Vida à média rés,
Levanta os pés
Não vás em futebois, apesar…
Do intervalo, que é quando eu falo,
Para não me incomodar.
Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal…
Sou eu…
Não me deixes já
Historia que não terminou
Não me deixes…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal…
Sou eu…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal…

O quadro minimal…
Sou eu…

In “Intervalo” – Per7ume & Rui Veloso



Pérolas 242 (dose dupla)


Frankie Goes To Hollywood - ''Welcome To The Pleasuredome'' (The Escape Act)

The world is my oyster...
Ha ha ha ha ha...

Life goes on day after day

Who-ha who-ha
Who-ha who-ha

The animals are winding me up
The jungle call
The jungle call
Who-ha who-ha who-ha who-ha
In Xanadu did Kublai Khan
A pleasuredome erect

Moving on keep moving on-yeah
Moving at one million miles an
hour
Using my power
I sell it by the hour
I have it so I market it
You really can't afford it-yeah
Really can't afford it

Shooting stars never stop
Even when they reach the top
Shooting stars never stop
Even when they reach the top

There goes a supernova
What a pushover-yeah
There goes a supernova
What a pushover

We're a long way from home
Welcome to the Pleasuredome
On our way home
Going home where lovers roam
Long way from home
Welcome to the Pleasuredome

Moving on Keep moving on
I will give you diamonds by the shower
Love your body even when it's old
Do it just as only I can do it
And never ever doing what I'm told

Shooting stars never stop
Even when they reach the top
Shooting stars never stop
Even when they reach the top

There goes a supernova
What a pushover-yeah
There goes a supernova
What a pushover

We're a long way from home
Welcome to the pleasuredome
On our way home
Going home where lovers roam
Welcome to the pleasuredome

Keep moving on
Got to reach the top
Don't stop
Pay love and life-oh my
Keep moving on
On again-yeah

Shooting stars never stop
Shooting stars never stop

Shooting stars never stop
Even when they reach the top
There goes a supernova
What a pushover

Shooting stars never stop
Even when they reach the top
There goes a supernova
What a pushover

Who-ha who-ha
Welcome to the pleasuredome
Who-ha who-ha
Going home where lovers roam
Welcome to the pleasuredome

In “Welcome To The Pleasuredome” – Frankie Goes To Hollywwod

Frankie Goes To Hollywood - ''The Power Of Love''

I'll protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door

Feels like fire
I'm so in love with you
Dreams are like angels
They keep bad at bay-bad at bay
Love is the light
Scaring darkness away-yeah

I'm so in love with you
Purge the soul
Make love your goal

The power of love
A force from above
Cleaning my soul
Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

I'll protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door
When the chips are down I'll be around
With my undying, death-defying
Love for you

Envy will hurt itself
Let yourself be beautiful
Sparkling love, flowers
And pearls and pretty girls
Love is like an energy
Rushin' rushin' inside of me


The power of love
A force from above
Cleaning my soul
Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

This time we go sublime
Lovers entwine-divine divine
Love is danger, love is pleasure
Love is pure-the only treasure

I'm so in love with you
Purge the soul
Make love your goal

The power of love
A force from above
Cleaning my soul
The power of love
A force from above
A sky-scraping dove

Flame on burn desire
Love with tongues of fire
Purge the soul
Make love your goal

I'll protect you from the hooded claw
Keep the vampires from your door 

In “The Power of Love” – Frankie Goes To Hollywood




Regina’s One – por Ricardo Araújo Pereira

Ilustração: João Fazenda


Regina’s One – por Ricardo Araújo Pereira

Há três anos, um homem foi detido num supermercado do Porto por ter tentado sair com 15 chocolates escondidos no casaco. Ao que se sabe, o golpe foi preparado sem a ajuda de cúmplices. Se, um dia, a indústria do cinema quiser fazer um filme sobre o assunto, a principal dificuldade será a de contar uma história que tem menos dez protagonistas do que o célebre Ocean’s Eleven, sobre o assalto a um casino. Outro problema tem a ver com as designações: como referir o homem? Ladrão não parece apropriado, uma vez que ele não chegou a conseguir roubar nada. Admito que o caso não é dos mais espectaculares, e talvez por isso o tribunal tenha condenado o homem a 90 dias de prisão, convertidos em 90 horas de trabalho comunitário. Mas o Ministério Público não ficou satisfeito com a sentença e recorreu. Agora, o Tribunal da Relação agravou a pena para um ano de prisão. Estes juízes valorizaram o facto de o criminoso ter ameaçado os funcionários do supermercado com uma seringa que disse conter o vírus HIV, ao passo que os primeiros juízes deram mais atenção à circunstância de o homem ser “um indigente com um percurso de vida errático”.
Vale a pena, então, examinar o caso com mais cautela. O tribunal estimou o valor dos bens roubados em 23 euros e 58 cêntimos, o que significa que cada chocolate custa cerca de um euro e meio. Nada é dito sobre o tamanho dos chocolates, pelo que ficamos sem saber se se trata de pequenos bombons relativamente caros ou de tabletes relativamente baratas. Uma vez que o bandido tentou roubar e ameaçou infectar mas não roubou nem infectou, algumas pessoas sem formação jurídica têm perguntado se a pena de um ano de prisão não será demasiado dura, sobretudo tendo em conta a postura da justiça relativamente a outros criminosos. Ainda há pouco, um tribunal de Felgueiras condenou a um ano e três meses de prisão com pena suspensa um homem que agrediu a mulher com uma moca de pregos, auxiliado por outro indivíduo, também condenado a um ano com pena suspensa. A protecção jurídica do chocolate parece estar a par da protecção jurídica da mulher, o que desmente as acusações de sexismo da justiça portuguesa. “Gostamos tanto de vós como de chocolate”, parecem dizer os tribunais às cidadãs de todo o País. Há ainda outra hipótese: este crime foi cometido em Fevereiro de 2015, por volta do Dia dos Namorados. Talvez o tribunal tenha desconfiado que o indigente estava a roubar chocolates para oferecer a uma mulher adúltera e, na impossibilidade de a punir a ela, puniu o seu namorado. Também está certo.

Publicado por Ricardo Araújo Pereira , em 8 de Março de 2018 in revista “Visão”

Ler mais: 
http://visao.sapo.pt/opiniao/ricardo-araujo-pereira

(…enfim, mais uma decisão judicial dos venerandos mentecaptos do Tribunal da Relação do Porto… mas há muito pior, "produzido" por estas extraordinárias bestas… registe-se com atenção o que se segue…)

"Governo Sombra", extracto da edição de 18-03-2018
(via podcast da TSF)

quinta-feira, 22 de março de 2018

Pérolas 241


“La Vie en Rose” – Viviane  

Des yeux qui font baisser les miens
Un rire qui se perd sur sa bouche
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens

Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas
Je vois la vie en rose

Il me dit des mots d'amour
Des mots de tous les jours
Et ça me fait quelque chose

Il est entré dans mon cœur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause

C'est lui pour moi, moi pour lui dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré pour la vie
Et dès que je l'aperçois

Alors je sens en moi
Mon cœur qui bat
Des nuits d'amour à ne plus en finir

Un grand bonheur qui prend sa place
Des ennuis, des chagrins, s'effacent
Heureux, heureux à en mourir

Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas
Je vois la vie en rose

Il me dit des mots d'amour
Des mots de tous les jours
Et ça me fait quelque chose

Il est entré dans mon cœur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause

C'est toi pour moi, moi pour toi dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré pour la vie

Et dès que je t'aperçois
Alors je sens dans moi
Mon cœur qui bat

In “La Vie en Rose” – Viviane  
(cover de original de Edith Piaf; composição: Edith Gassion / David Mack / Louis Guglielmi) 





Pérolas 240


Oquestrada - ''Oxalá Te Veja''

Tenho dores fechadas em caixinhas
Contra mim, contra ti, contra lá,
Contra os dias que passam, a meu lado

Tenho dores fechadas em caixinhas, contra aqui, contra ali, contra cá
Que me dizem, estou aqui, estamos lá

Ah diz-me la, diz me aqui
Oxalá, oxalá te veja a meu lado ao pé de mim

Tenho dores fechadas em caixinhas
Contra mim, contra ti, contra lá,
Contra os dias que passam, a meu lado

Tenho dores fechadas em caixinhas,
contra aqui, contra ali, contra cá
Mas que me dizem, estou aqui, estamos lá

Ah diz-me la, diz me aqui
Oxalá, oxalá te veja a meu lado ao pé de mim, ao pé de mim
Ah oxalá te veja ao meu lado
Oxalá te veja bem aqui
Ai oxalá te veja a meu lado
ao pé de mim, ao pé de mim.

Glória à Hermínia ao marceneiro e tais fadistas
Glória à ginjinha ao medronho e à revista,Glória
à Hermínia, Glória
à Hermínia ao marceneiro e tais fadistas,
à ginjinha ao medronho e à revista

Contra mim, contra ti, contra lá
Contra aqui, contra ali, contra cá
Contra mim, contra ti, contra lá,
Contra mim, contra ti, contra lá

In “Oxalá Te Veja” - Oquestrada





Pérolas 239



''Kalemba (wegue wegue)'' - Buraka Som Sistema


Wegue, wegue wegue wegue
wegue, wegue wegue wegue
wegue, wegue wegue wegue
wegue ..

Wegue, wegue wegue wegue
wegue, wegue wegue wegue
wegue, wegue wegue wegue
wegue ..


quando eu entro o palco se move,
talento aqui chove,
claro que o povo me ouve
sou Pongolove
estou com a Buraka
abro a fronteira
não digo lixo
nem digo asneira
no microfone sou a primeira
vou levantar a minha bandeira

Angola o mundo cobiça
mas é o povo que te enfeitiça
a Pong no beat capricha
porque sou rara tipo welwitchia
sou mesmo eu a dama ngaxi muito agressiva
me derrubar nem com macumba
sou criativa

a Buraka é que está a cuiar
sai fora
Pongolove é que esta a bater
vão se embora

wegue
wegue wegue wegue
são piada
wegue
wegue wegue wegue
novo esquema

wegue
wegue wegue wegue
wegue
wegue wegue wegue

rima pesada
tipo embondeiro
eu faço o que eu quero
canto para Angola
e para o mundo inteiro
no kuduro impero

sou palanca negra gigante
sigo a passada de Njinga Mbandi
sigo a corrente do Dande

logro o feitiço de Tomé Grande

por no mapa Oxaena
terra de grandes nomes do semba
arraso tipo kalemba
sou de Angola como a mulemba

mano jukula
(kimbundu)
mambo exclusivo
toque de Angola
(kimbundu)

a Buraka é que está a cuiar
sai fora
Pongolove é que esta a bater
vão se embora

wegue
wegue wegue wegue
são piada
wegue
wegue wegue wegue
novo esquema

wegue
wegue wegue wegue
wegue
wegue wegue wegue


a Buraka é que está a cuiar
sai fora
Pongolove é que esta a bater
vão se embora

wegue
wegue wegue wegue
são piada
wegue
wegue wegue wegue
novo esquema 

In ''Kalemba (wegue wegue)'' - Buraka Som Sistema



Pérolas 238


“Eu Seguro” – Samuel Úria & Márcia


Quando o tempo for remendo,
Cada passo um poço fundo
E esta cama em que dormimos
For muralha em que acordamos,
Eu seguro
E o meu braço estende a mão que embala o muro.

Quando o espanto for de medo,
O esperado for do mundo
E não for domado o espinho
Da carne que partilhamos,
Eu seguro.
O sustento é forte quando o intento é puro.

Quando o tempo eu for remindo,
Cada poço eu for tapando
E esta pedra em que dormimos
Já for rocha em que assentamos,
Eu seguro.
Deixo às pedras esse coração tão duro.

Quando o medo for saindo
E do mundo eu for sarando
Dessa herança eu faço o manto
Em que ambos cicatrizamos
E seguro.
Não receio o velho agravo que suturo.

Abraços rotos, lassos,
Por onde escapam nossos votos.
Abraso os ramos secos,
Afago, a fogo, os embaraços
E seguro,
Alastro essa chama a cada canto escuro.

Quando o tempo for recobro,
Cada passo abraço forte
E o voto que concordámos
É o amor em que acordamos,
Eu seguro:
Finco os dedos e este fruto está maduro.

Quando o espanto for em dobro,
o esperado mais que a morte,
Quando o espinho já sarámos
No corpo que partilhamos,
Eu seguro.
O que então nascer não será prematuro.

Uníssonos no sono,
O mesmo turno e o mesmo dono,
Um leito e nenhum trono.
Mesmo que brote o desabono
Eu seguro,
Que o presente é uma semente do futuro.

In “Eu Seguro” – Samuel Úria & Márcia 



Poesia para os olhos 055 (...o "Assobiador"...)

(...eu votei nele...😀😁💥)
O sobreiro “assobiador”, em Águas de Moura. 
Tem cerca de 30 metros de diâmetro de copa, cerca de 17 metros de altura e 234 anos de idade.

A Árvore Europeia de 2018 é um sobreiro “assobiador” português.

A árvore portuguesa venceu a 8.ª edição do concurso europeu, ao qual concorreram 13 países. Mais do que uma árvore bonita, procurava-se uma árvore com história e ligada à comunidade. E isso o sobreiro português tem.
Um sobreiro português foi eleito esta quarta-feira Árvore Europeia de 2018. O Sobreiro Assobiador da aldeia de Águas de Moura, no concelho de Palmela, foi distinguido numa competição que envolveu mais 12 árvores de diferentes países europeus. A distinção foi anunciada ao final da tarde numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Bruxelas, depois de uma votação online que decorreu em Fevereiro e contou com cerca de 200 mil votos. Em segundo e terceiro lugar ficaram ulmeiros espanhóis e um carvalho russo, respectivamente.
“Ficámos muito contentes. Acho que é muito importante para a floresta portuguesa e para o sobreiro, que é o nosso símbolo”, reage à vitória Nuno Calado, engenheiro florestal e secretário-geral da UNAC – União da Floresta Mediterrânea, responsável pela participação portuguesa. “Espero que este prémio alerte para a importância da floresta portuguesa e para os sistemas agro-florestais, como o sobreiro e o montado, porque são muito importantes para o Sul de Portugal.” Ao todo, a árvore portuguesa teve 26.606 votos. O engenheiro florestal, que esteve na cerimónia em Bruxelas, conta que virá para Portugal um troféu feito com madeira de diferentes espécies, que será entregue à Câmara Municipal de Palmela. Ficará um ano em Portugal e, para ano, será passado ao novo vencedor.

(…)

Esta é a 8.ª edição do prémio Árvore Europeia do Ano, organizado pela Associação de Parceria Ambiental (EPA) e inspirado num concurso da República Checa, que foi transposto para a Europa em 2011. Se nesse ano concorreram apenas cinco países, este ano já foram 13. Além de Portugal, Rússia e Espanha, participaram a Hungria, Reino Unido, Eslováquia, Lituânia, Roménia, Polónia, Bulgária, República Checa, Croácia e a Bélgica.
Este foi o primeiro ano em que Portugal participou. “A UNAC [membro da Organização dos Proprietários Rurais Europeus – ELO, que apoia o concurso e desafiou Portugal] entrou este ano enquanto entidade organizadora a nível nacional”, indica Nuno Calado. Como este era o “ano zero” para Portugal, a organização do concurso propôs que fosse a UNAC a escolher uma árvore. “Escolhemos um sobreiro porque é a árvore nacional de Portugal. Tendo de escolher um sobreiro, escolhemos o assobiador que é o mais icónico”, explica Nuno Calado, acrescentando que esta árvore está classificada pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) como árvore de interesse públicodesde 1988. Além disso, é formalmente reconhecido como o sobreiro mais velho de Portugal e o maior do mundo que se conhece.
O sobreiro (Quercus suber) em Portugal tem uma forte representação na economia. “A fileira da cortiça exportou em 2017 quase mil milhões de euros”, salienta Nuno Calado, dizendo que até se têm criado novos produtos e aplicações, como no design e na inovação. “Há ainda a questão territorial: através do sobreiro e da cortiça conseguimos fixar populações, criar emprego e gerar receitas para as populações locais e os produtores florestais.”
O sobreiro ocupa cerca de 800 mil hectares em Portugal. “Tem uma importância muito grande a nível do ecossistema”, diz o engenheiro florestal. “Não é um habitat natural e o homem tem de intervir para manter aquela estrutura típica do montado, que lhe confere as mais-valias ambientais e ecológicas que tem enquanto suporte para o habitat de espécies como o lince-ibérico ou a águia-real.”
Na cerimónia, minutos antes do anúncio dos resultados, o biólogo português Humberto Delgado Rosa, ex-secretário de Estado do Ambiente e actual director do programa Capital Natural da Comissão Europeia, também afirmou que esta árvore era “muito significante para Portugal neste momento”. “Como se lembram, enfrentámos mega-incêndios catastróficos no Verão”, disse, destacando que o sobreiro é uma árvore especializada em resistir ao fogo.

Namoros e conversas à sombra
Por todas estas razões escolheu-se o Sobreiro Assobiador. Estima-se que tenha sido plantado há 234 anos. Tem cerca de 30 metros de diâmetro de copa e cerca de 17 metros de altura. “É conhecido como o Sobreiro Assobiador, porque como tem uma copa muito larga – que apesar da idade avançada está em boas condições –, quer ao nascer do dia que ao pôr do Sol as aves pousam na sua copa e fazem um chilrear imenso. Daí o nome da árvore”, conta Nuno Calado. E, se ao longo da sua vida lhe extraíram cortiça mais de 20 vezes, agora isso já não acontece. “Já está na reforma”, brinca.
“O concurso não procura a árvore mais bonita esteticamente, mas sim uma árvore com uma história, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia”, lê-se num comunicado da UNAC. E o Sobreiro Assobiador já testemunhou muitas histórias ao longo dos anos. Por exemplo, também lhe chamam “casamenteiro”, porque muitas gerações de apaixonados namoraram sob a sua copa. Nuno Calado destaca ainda que há uns anos grupos de ciganos casavam e faziam festas na sua sombra. Agora, mesmo no meio da aldeia de Águas de Moura, tem uns banquinhos e uma vedação de madeira feita pela Câmara Municipal de Palmela. Por isso, à tardinha, muitas pessoas sentam-se sob a sua copa a conversar e a usufruir daquele espaço.

E o que nos pode ensinar esta árvore anciã?
“Representa algo muito comum na floresta que é a actividade florestal e o investimento florestal como um investimento intergeracional”, considera Nuno Calado. Portanto, há neste sobreiro uma intemporalidade. “A floresta tem outro ciclo [diferente do imediatismo do dia-a-dia]: pensa-se como vai ser a paisagem daqui a 40 anos e como é vai ser gerida para que seja melhor. É investir a pensar nos outros.” 
A UNAC já tem planos para a próxima edição do concurso. “Vamos replicar o concurso a nível nacional. Ou seja, haverá um júri que escolhe entre dez a 12 árvores e essas árvores estarão num site para serem votadas pelos portugueses”, explica Nuno Calado. Depois, a árvore mais votada representará Portugal no concurso europeu em 2019. Esperemos que siga os passos do Sobreiro Assobiador.

In “Público” online, 21 de Março de 2018



P’ra rir…ou sorrir…080


                                                                                                 
by Maitena




segunda-feira, 19 de março de 2018

Pérolas 237

“Com Quem Eu Quero” - Miuda


Quando alguém me diz para estar quieta
sinto logo que devo mexer-me 
e sempre que era para estar calada
levantei-me  falei

nunca fui de aceitar que as coisas são como são
nem visto roupa que faça com que desapareça
nunca fui de ir por onde os outros vão
e saio à rua não sabendo bem a direcção

Eu durmo com eu quero e faço o que me apetece
com quem eu quero aquilo que quero fazer

Eu durmo com eu quero e faço o que me apetece
com quem eu quero aquilo que quero fazer

eu durmo com quem eu quero
com quem eu quero

Quando sei que não vou porque eu não posso ir
o que deve ser feito a mim não faz sentido
se os telhados cairem na rua quero estar nua
nada a esconder nada a proteger

sou o que tu queres e não queres ter
aquilo que odeiase temes perder
e todas as coisas que possas dizer
não vão convencer-me

Eu durmo com eu quero e faço o que me apetece
com quem eu quero aquilo que quero fazer
Eu durmo com eu quero e faço o que me apetece
com quem eu quero aquilo que quero fazer

com quem eu quero
com quem eu quero
com quem eu quero

durmo com quem eu quero e faço o que me apetece
com quem eu quero e faço o que me apetece
com quem eu quero  e faço o que me apetece
com quem eu quero aquilo que quero fazer



In “Com Quem Eu Quero” - Miuda



domingo, 18 de março de 2018

Pérolas 236 (especial The Housemartins)


The Housemartins - ''Caravan of Love''

Are you ready?
Are you ready?
Are you ready?
Are you ready?

Are you ready for the time of your life?
It's time to stand up and fight
S'alright, s'alright

Hand in hand, we'll take a caravan
To the motherland...

One by one, we're gonna stand up with pride
One that can't be denied
Stand up, stand up

From the highest mountain, valley low
We'll join together with hearts of gold...

Now the children of the world can see
This is a better place for us to be
The place in which we were born
So neglected and torn apart (torn apart)

Every woman, every man
Join the caravan of love
(Stand up) stand up, stand up

Everybody, take a stand
Join the caravan of love
(Stand up) stand up, stand up

I'm your brother
I'm your brother, don't you know
She's my sister
She's my sister, don't you know

We'll be living in the world of peace
And the day when everyone is free
We'll bring the young and the old
Won't you let your love flow from your heart

I'm your brother
I'm your brother, don't you know
She's my sister (we're waiting, we're waiting)
She's my sister, don't you know (we're waiting, we're waiting for a caravan)

So are you ready (he's coming)
Are you ready (he's coming)
Are you ready (he's coming)
Are you ready (he's coming on the caravan)

You better get ready (don't worry)
You better get ready (don't worry)
You better get ready (don't worry)
You better get ready (don't worry 'bout the caravan)

(Keep waiting, keep waiting)
(Keep waiting, keep waiting for the caravan)...

In “Caravan of Love” – The Housemartins

The Housemartins - ''Sheep''


Sometimes I get so angry with the simple life they lead
The shepherd's smile seems to confirm my fears
And they've never questioned anything, never disagreed
Sometimes I think they must have wool in their ears

And when you see a cane, I see a crock
And when you see a crowd, I see a flock
It's sheep we're up against (sheep we're up against, sheep we're up against, sheep we're up against)
It's sheep we're up against (sheep we're up against, sheep we're up against, sheep we're up against)

When I was young, they used to get me counting sheep
But the counting I did was all in vain
Now when I'm tired and I'm trying to get to sleep
I count humans jumping onto trains

Whoa, sheep we're up against
Whoa, woah, woah, woah, woah...

In “Sheep” – The Housemartins

The Housemartins - ''Happy Hour''


It's happy hour again
I think I might be happy if I wasn't out with them
And they're happy, it's a lovely place to be
Happy that the fire's real, the barman is a she

Where the haircuts smile and the meaning of style
Is a night out with the boss
Where you win or you lose, and it's them who choose
And if you don't win, then you've lost

What a good place to be
Don't believe her
'Cause they speak a different language

And it's never really happened to me (It's happy hour again)

Don't believe her, oh no
Cause it's never been happy for me (It's happy hour again)
No, hoo-woah oh...

It's another night out with the boss
Following in footsteps overgrown with moss
And he tells me that women grow on trees
And if you catch them right, they will land upon their knees

Where they open all their wallets and they close all their minds
And they love to buy you all a drink
And then we ask all the questions, and you take all your clothes off
And go back to the kitchen sink

What a good place to be
Don't believe her
'Cause they speak a different language
And it's never really happened to me (It's happy hour again)

Don't believe her, oh no
Cause it's never been happy for me (It's happy hour again)
No, hoo-woah oh...

What a good place to be
Don't believe her
'Cause they speak a different language
And it's never really happened to me (It's happy hour again)

Don't believe her, oh no
Cause it's never been happy for me (It's happy hour again)
No, hoo-woah oh...

Don't believe her, don't believe her (It's happy hour again)
Don't believe her (It's happy hour again)

And again, and again
It's happy hour again, and again, and again
It's happy hour again, and again, and again
It's happy hour again...

In “Happy Hour” – The Housemartins
The Housemartins - ''Think For A Minute''

Something's going on, a change is taking place
Children smiling in the street have gone without a trace
This street used to be full, it used to make me smile
And now it seems that everyone is walking single file

And many bow their heads in shame
That used to hold them high
And those that used to say hello
Simply pass you by

Think for a minute (think for a minute)
Stop for a minute (stop for a minute)
Think for a minute (think for a minute)
Stop for a minute (stop for a minute)

I always said it could, they never thought it would
The people look so pitiful, I'm thinking that it should
And now it's almost here, now its on its way
I can't help saying told you so and have a nice final day

'Cause nothing I could say
Could ever make them see the light
Now apathy is happy that
It won without a fight

And many drop their heads in shame (think for a minute)
That used to hold them high (stop for a minute)
And those that used to say hello (think for a minute)
Simply pass you by (stop for a minute)

In “Think For A Minute” – The Housematins”

The Housemartins - ''Five Get Over Excited''

Fun, fun, fun
Fun, fun, fun
Fun, fun, fun
Fun, fun, fun

James Dean posters on their wall (five killed in a car crash)
What a sad little end to it all (five killed in a car crash)
Last seen having lots of fun (five dumped in a river)
Barefoot and on the run (five dumped in a river)

I am mad from Scandinavia
I want a guy in the London area
He must be crazy and Sagittarius
'Cause I am Leo and I'm hilarious

Which gives me...

Fun, fun, fun (Jeremy)
Fun, fun, fun (Fifi)
Fun, fun, fun (Jeremy)
Fun, fun, fun


Last seen drinking daddy's own beer (five poisoned over dinner)
Singing Abba's Mamma Mia (five poisoned over dinner)
Drop dead watching Thunderbirds fly (five get over excited)
Poster on their wall says "Why?" (five get over excited)

I am Guy from Camden Town
My hair is curly but I gel it down
My clothes are black but my bread is brown
I'm really into early Motown

Which gives me...

Feigning concern, a conservative pastime
Makes you feel doubtful right from the start
The expression she pulls is exactly like last time
You've got to conclude she just hasn't a heart

In “Five Get Over Exicted” – The Housemartins

The Housemartins - ''Me and The Farmer''

Me and the farmer get on fine
Through stormy weather and bottles of wine
If I pull my weight, he'll treat me well
But if I'm late, he'll gi-i-ve me hell

And though it's all hard work, no play
Farmer is a happy crook
Jesus hates him every day
'Cause Jesus gave and farmer took, took

(Won't he let you go?) Probably no
(Won't he let you go?) Probably no
(Why does he treat you so?) I just don't know
(Why does he treat you so?) I just don't know

Me and the farmer, like brother, like sister
Getting on like hand and blister
Me and the farmer...

He's chopped down sheep, planted trees
And helped the countryside to breathe
Ripped up fields, bullied flocks
And worked his workers right around the clock

It may seem strange, but he'd admit
Intentions aren't exactly true
And though God loves his wife a bit
He hates the farmer through and through, through

All things bright and beautiful
All creatures great and small
All we've got is London Zoo
'Cause farmer owns them all, all

Me and the farmer
Me and the farmer...

In “Me and the farmer” – The Housemartins

 The Housemartins - ''Build''

Clambering men in big bad boots
Dug up my den, dug up my roots
Treated us like plasticine town
They built us up and knocked us down

From Meccano to Legoland
Here they come with a brick in their hand
Men with heads filled up with sand
It's build...

It's build, a house where we can stay (ba-ba-ba-ba-build)
Add a new bit every day, eh, eh, eh (ba-ba-ba-ba-build)
It's build, a road for us to cross (ba-ba-ba-ba-build)
Build us lots and lots and lots and lots and lots (ba-ba-ba-ba)

Whistling men in yellow vans
They came and drew us diagrams
Showed us how it all worked out
And wrote it down in case of doubt

Slow, slow and quick, quick, quick
It's wall-to-wall and brick-to-brick
They work so fast, it makes you sick
It's build...

Oh, it's build...
It's build...
It's build...

Down with sticks and up with bricks
In with boots and up with roots
It's in with suits and new recruits
It's build...

In “Build” – The Housemartins

The Housemartins - ''There Is Always Something There To Remind Me''

The teacher's name was Charles
He made me feel like jack
Thought Martin was late
Cause he sat right at the back

Thought my name was Peter
The time that I was there
I told him it was Paul
But he didn't seem to care

Drawing moustaches and glasses
On the ruling classes
Drawing willies on soldiers
From Berlin to Damascus

It shouts out loud:
"I've more than you
I've more than you"

It shouts out loud:
"I've more than you
I've more than you"

Making bombs in chemistry
And catapults in craft
He thought I must be far too
Down for this class
He even told the caretaker
I didn't want to pass
And he agreed he'd seen me
Cutting 'cross his grass

Would he keep all the marbles
He'd taken in that year?
Would we stormtroop the staffroom
And pinch his cans of beer?

It shouts out loud:
"I've more than you
I've more than you"

It shouts out loud:
"I've more than you
I've more than you"

There is always something there to remind me
Of something that I should've left behind me
It taps you on the shoulder in a queue
It shouts across the street, "I've more than you"
There is always something there to remind me
Of you

It shouts out loud:
"I've more than you
I've more than you"

It shouts out loud:
"I've more than you
I've more than you"

It shouts out loud

In “There is always something there to remind me" – The Housemartins