Muito Obrigado, Carlos
JP ®
''Por morrer uma andorinha...'' - Carlos do Carmo
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
Por morrer uma andorinha, sem amor
Não acaba a primavera, diz o povo
Como vês não estou mudado
E nem sequer descontente
Por morrer uma andorinha, sem amor
Não acaba a primavera, diz o povo
Como vês não estou mudado
E nem sequer descontente
Como vês não estou mudado
E nem sequer descontente
Conservo o mesmo presente
E guardo o mesmo passado
Eu já estava habituado
A que não fosses sincera
Por isso eu não fico à espera
De uma ilusão que não tinha
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
E nem sequer descontente
Conservo o mesmo presente
E guardo o mesmo passado
Eu já estava habituado
A que não fosses sincera
Por isso eu não fico à espera
De uma ilusão que não tinha
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
Vivo a vida como dantes
Não tenho menos nem mais
Não deixei de ser quem era
Vivo a vida como dantes
Não tenho menos nem mais
Vivo a vida como dantes
Não tenho menos nem mais
E os dias passam iguais
Aos dias que vão distantes
E os dias passam iguais
Aos dias que vão distantes
Não tenho menos nem mais
E os dias passam iguais
Aos dias que vão distantes
E os dias passam iguais
Aos dias que vão distantes
Horas, minutos, instantes
Seguem a ordem austera
Ninguém se agarre à quimera
Do que o destino encaminha
Pois por morrer uma andorinha
Não acaba a primavera
In “Por morrer uma andorinha” – Carlos do Carmo
Letra: Joaquim Frederico de Brito e Américo Tavares dos
Santos
Música: Fado Menor
Música: Fado Menor
''Um Homem na Cidade'' - Carlos do Carmo
(cena do filme/documentário "Fados" (2007), de Carlos Saura
Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.
Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem.
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem.
In “Um Homem na Cidade” – Carlos do Carmo
Compositores: José Carlos Ary dos Santos e José Luís Tinoco
In “Estrela da Tarde” – Carlos do Carmo, com declamação José
Carlos Ary dos Santos
(...poema magnífico e pungente...)
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me
acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.
In “Estrela da Tarde” – Carlos do Carmo, com declamação José
Carlos Ary dos Santos
Compositores: José Carlos Ary dos Santos e Fernando Tordo
Carlos do Carmo - 15th Latin Grammy Awards 2014
A enorme grandeza de um homem vê-se na humildade que demonstra ao dedicar e repartir um prémio de carreira com o seu povo...infelizmente a maioria dos portugueses não valorizou e a grande parte da comunicação social não fez grande eco de tal gesto...certamente porque este senhor não é como o outro tal da ilha, que "dá pontapés na bola"...
“Tenho mais uns sonhos, se viver mais um tempinho”
Sem comentários:
Enviar um comentário