sábado, 14 de junho de 2014

…ainda acreditar… (… um quase poente, em tons de azul-escuro…)


…fim de tarde, lusco-fusco, quase noite na minha cidade…
…tronco nú, deitado na cama de rede, num de-cá-para-lá lânguido, na varanda da sala…
…fixo um ponto lá longe, no alto, entre as poucas nuvens…
…uma luz pequena e fugaz, quase invisível ao olhar…
…brilha ténue, entre o verde esperança e o cinzento quotidiano…
…sinto o ar quente que restou do dia e a brisa que quase nem sopra…
…o Verão parece que, finalmente, quer chegar em força…
…um cão ladra ao longe e a vizinha do 8º toca a vespertina melodia do costume no seu piano,  em compasso com as badaladas de hora certa numa igreja perto…
…fazem-me lembrar os toques das avé-marias, da minha infância passada com os meus avós, num espaço bucólico que ainda hoje existe mas que, de alguma forma, se perdeu… ou perdi um dia, ficando apenas na minha mente…
…e lá jazem como tantas outras (memórias)…e anseios…e esperanças…
…mas este suave, simples balanço faz também renascer, ressuscitar outras tantas (esperanças)…

JP ®
“Oscillate Wildly” – The Smiths

Sem comentários:

Enviar um comentário