quinta-feira, 26 de outubro de 2017

nimas 007… Elis (ainda vive)…


…Embora já a tivesse ouvido, num tema ou outro, tocado isolado na rádio, Elis entrou verdadeiramente na minha vida no um ano após a sua morte física…
…e entrou em força e por inteiro, como um arrastão, um repelão, um choque violento na forma de uma box (emprestada, a pedido, pelo meu amigo Luis A., amigo de infância e lagartão dos bons) com quatro discos de vinyl, editada originalmente em 1982 no Brasil com o label da Philips…

…com o seu nome completo (Elis Regina Carvalho da Costa) bem de chofre no topo da caixa e com um retrato seu pintado na tampa (curiosamente com um penteado mais voluptuoso – bem diferente daquele que mais se tornou icónico da “Pimentinha” – e um ar de glamour quase divino), os quatro registos condensavam praticamente o essencial da sua carreira, em temas que ouvi, ouvi, ouvi…e tornei a ouvir, ouvir, ouvir… (e que gravei em duas cassetes de 90 minutos da BASF, que não faço ideia onde estarão)…
…esta colectânea chamava-se “Por Um Amor Maior” (também o nome de um tema dela) e mesmo não o tendo no meu acervo de vinys, sempre foi para mim (por todos os motivos) uma gravação de referência, pois veio a permitir descobrir uma das vozes mais belas e poderosas que já ouvi e, infelizmente, uma das intérpretes que adorava ter visto actuar ao vivo e nunca, por motivos óbvios, o pude fazer…
…com o passar dos anos, fui conhecendo, saboreando, compreendendo cada vez mais e melhor a sua obra e a sua vida, colocando-a bem no topo e num lugar muito especial das minhas intérpretes favoritas…
…daí que fiquei muito expectante com a estreia (em Portugal, em 2017) do seu “biopic” lançado em 2016 em terras de Vera Cruz, com a realização de Hugo Prata, um rapaz da minha idade e pioneiro da MTV no Brasil (duas boas referências…rsrs)…

…com Andréia Horta (…coisa mais lindinha!...) no papel da gaúchinha irreverente, o filme não me desiludiu (longe disso), mas a vida da Elis foi tão cheia e tão intensa que merecia que fosse um épico de quatro horas…foram quase duas horas de fita e já foi muito bom, com os olhos (e os ouvidos) presos ao écran duma sala do Monumental (talvez o meu cinema preferido em Lisboa – e que nostalgia tenho eu do extinto Quarteto dos primeiros anos e do também finado Londres – frequentado por público que ali vai para ver cinema de qualidade e não para falar ao telemóvel, comer pipocas e beber colas)...    

 “Elis” (2016), de Hugo Prata, com Andréia Horta, Gustavo Machado e Caco Ciocler  




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