…finalmente (e pecando por tardio),
aconteceu o que era inevitável e à vista de quem quisesse ver …José Sócrates
foi acusado de 31 crimes por si praticados, entre eles o de corrupção passiva
de titular de cargo político…(no caso Freeport, passou-lhe ao lado o que lhe
aconteceu agora essencialmente por duas razões: um Procurador-Geral da República
(Pinto Monteiro, o homem de Porto d’Obelha), “amigo” tal como outros que tem na
vida (embora nenhum consiga ser mais do que Carlos Santos Silva nesse parâmetro)
que lhe facilitou a vida e também porque os procuradores da república titulares
do inquérito-crime em questão basicamente não estiveram para se chatear e também
porque lhes faltou algo “no meio das pernas” (…e não estou a falar dos joelhos…)
…acabou por ser também a
revelação da teia de poder e influência que envolve directamente mas de forma mais ou menos encoberta
(para quem assim quiser não ver as coisas como elas são, até porque é quase
transparente) a politica e os interesses financeiros (logo os seus vários
intervenientes, veja-se neste caso José Sócrates, Armando Vara, Henrique
Granadeiro, Ricardo Salgado, Zeinal Bava, etc) em Portugal…
…este tipo de relação sombriamente
simbiótica é algo que aconteceu no passado, acontece neste momento e acontecerá
no futuro, não se tenha ilusões do contrário… se em ocasiões anteriores não se
chegou a este ponto concreto (despacho de acusação, após investigação duradoura)
em relação aos arguidos da dita “Operação Marquês”, foi talvez porque mais
inércia e comprometimento de quem devia investigar, porque tocar em alguém
muito acima podia chamuscar quem o fizesse e também porque desta vez acho que o
principal actor desta comédia (o sr. Pinto de Sousa) deu tanta bandeira que era
impossível ficar impassível…
…e tal aconteceu também porque
alguém teve coragem para avançar com isso mesmo…investigar ilícitos criminais
independentemente de quem sejam os suspeitos…
…e não se venha agora, como faz
muita comunicação social e vários comentadores mediáticos, cantar aleluias e
exaltar hossanas pela actuação do Ministério Público, personalizando-a na
pessoa da Procuradora-Geral da República…é mentira, puro engano e apenas revela
que a Dra. Joana Marques Vidal tem o que se chama “muito boa imprensa”…mas também
diga-se que não é nada de admirar, atento o facto de os jornalistas serem a
prioridade da sra. Conselheira no que toca a divulgar os despachos finais que “saem”
do DCIAP…
…já não sendo caso “virgem” (e
tornando-se cada vez mais recorrente) veja-se o que sucedeu no caso em apreço…quando
foi proferido o despacho final deste processo, a prioridade que foi dada (por
ordens superiores: leia-se PGR, via Director do DCIAP) em termos de
notificações da mesma, ou seja, ser dado conhecimento formal e oficial da mesmo,
foi (…pasme-se…ou talvez não) de que em primeiro lugar fossem imediatamente
notificados os assistentes (essencialmente jornalistas de diversos jornais e
canais televisivos) e os advogados dos arguidos… actuação esta que perverte
(para dizer o mínimo) o plasmado no artº 113º do Código do Processo Penal, no
que concerne às regras gerais da notificação, onde (a serem localizáveis,
conforme é replicado por acórdãos de tribunais superiores) consta que os
arguidos são os principais e prioritários intervenientes do processo a serem
notificados das decisões ali dadas e que lhe digam directamente respeito (neste
caso o despacho final de acusação)…
…foi isto que sucedeu, em termos
de procedimento correcto?...não…mas manda quem pode e cumpre quem deve...(se é que me faço entender...)
…alguém da comunicação social,
tão atenta, mencionou algo de tal facto?...claro que não, colidia com as suas
necessidades em “divulgar a noticia” a coberto do “interesse público” e tinham
o que mais queriam nas suas mãos…
…deram por isso os srs. advogados
do sr. Pinto de Sousa, que tanta verborreia verbal disparam para o ar e tantos
disparates escrevem dos vários recursos interpostos?...não, deviam estar
distraídos e preparar mais alarvidades escritas ou faladas…
...voltando à investigação e ao
seu desenlace final e ao facto de a sra. Procuradora-Geral da República ser
colocada agora (por oposição ao chamado “arquivador-mor” que foi Pinto
Monteiro) como impulsionadora de novo paradigma na actuação do Mº Pº neste caso
e em similares, reitero que isso (e em relação a este caso concreto) é uma
completa e imensa falácia… se porventura saíram noticias na comunicação social
que mencionavam todo o apoio da sra. Conselheira à investigação em curso, nomeadamente
pelos diversos “adiamentos” (outra treta: no mesmo departamento, já existiram vários
processos mais extensos no tempo de investigação que este) concedidos para a
finalização do inquérito, o certo é que a atitude nunca foi de muita
colaboração, antes foi de pressão constante (pessoalmente e/ou através do
Director do DCIAP, conveniente “homem-de-mão”, terceira ou quarta escolha para
tal cargo após várias recusas de quem não o queria ser) e uma posição de completo
desconhecimento das vicissitudes e extrema complexidade que uma investigação do
género acarreta e exige (esta atitude foi algo que não transpirou para o
exterior, talvez na base do bom relacionamento da PGR com a comunicação social)…
…o produto final desta
investigação (seja o que lá vir a resultar ou não, sendo que acarretou muito
esforço e dedicação a diversos níveis, sempre com muitas contrariedades, mesmo
dentro da própria casa) apenas tem os seus únicos e verdadeiros responsáveis em
Jorge Rosário Teixeira, Procurador da República do DCIAP, e em todas as pessoas
(em diversos quadrantes) que ao longo dos anos trabalharam consigo no inquérito…
…e, ao que consta, a preocupação
maior da Sra. Procuradora-Geral da República neste capítulo final da
investigação, foi assegurar os serviços de uma designer gráfica para que o
despacho final da denominada “Operação Marquês” saísse com uma “letra bonitinha”…
…pouco tempo depois da saída do
despacho final de acusação, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, um eterno e
recalcado provinciano que aprendeu a vestir Dolce & Gabanna e que um dia se
tornou primeiro-ministro de Portugal, deu a sua primeira entrevista após ter
sido formalmente acusado de (entre outros crimes) corrupção passiva de titular
de cargo político…
…o entrevistador da RTP, Vitor
Gonçalves, é fraquinho, sempre foi, a julgar por todas as entrevistas do género
que conduziu na rubrica “Grande Entrevista”…sempre pouco incisivo e “submisso”
para com os entrevistados…desta vez, ou se passou da tola e deu-lhe para bater
no gajo que já estava meio atordoado, ou então alguém lhe soprou da régie para
fazer ao ex-primeiro-ministro a questão que tantos portugueses gostavam que
tivesse (e não foi) respondida pelo sr. “engenheiro”…
…teve azar, o jornalista, e até
se chega a ver o medo no olhar perante a reacção de Sócrates…se a primeira
pergunta parece que já estava pré-combinada entre o jornalista e o entrevistado
(que responde prontamente e sem muito enfado), já a derradeira questão fez
soltar (de novo) o “animal feroz” que, afinal, acaba por não ser um estado de
alma passageiro, mas mais parte da sua essência… ou seja, o “engenheiro” Pinto
de Sousa no seu melhor…
…um último apontamento visual,
para que nunca caia no esquecimento…
…três “artistas” da mesma cepa…
três “irmãos” do mesmo ofício…
…um (Mário Soares) a coberto de
ser “o pai da democracia portuguesa” (a que propósito?!?!?!?!?!) lá se foi
safando ao longo dos anos de várias situações duvidosas (no mínimo) e sempre a
mamar nas tetas do erário público até se, finalmente, finar…
…outro (Lula da Silva), num país
em que, qualquer que seja a cor politica, acaba por ser apenas mais um a
navegar placidamente na mar da corrupção e clientelismo…não me afectando minimamente
o que faz no seu Brasil, “incomoda-me” a visão de um bandido atravessar o
Atlântico para vir dar um abraço fraterno a dois bandidos nacionais…
…o ultimo (José Sócrates)…bem…acho
que, por agora (…e só por agora, decerto…), já foi tudo dito…
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