quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pérolas 047



(…a tatuagem mais forte é aquela que fica gravada no coração…)

Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti

Fazes pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar

Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim

Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão

Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti

Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar

Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim

Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão

In “Tatuagens” – Mafalda Veiga & Jorge Palma


domingo, 26 de maio de 2013

…requiem…

…regresso ao ponto de partida, cansado de tudo…

…arranco o coração do peito, quase morto, e guardo-o novamente num cantinho da minha vida… de volta ao seu sossego dormente, esquecido de quase tudo e longe, protegido da dor e das doces ilusões…

...o mundo louco, selvagem, sedutoramente decadente, de caminhos perdidos, chama por mim lá fora…novamente… como canto de sereia mas sem nada de novo para me mostrar… não mais que um vazio cheio de momentos fúteis e passageiros… apenas o desejo pelo desejo, o prazer pelo prazer, em velocidade de cruzeiro …

…sopro o fumo cigarro forte para o ar e este desfaz-se como tudo o que de bom que pensei existir…

…desta vez vou deixar-me ir de novo, no clamor que vem de fora… até porque já nada me prende a nada... apagou-se, apenas, como um fogo que não tinha mais por onde arder…

…inspiro fundo…

…visto a alma e a mim de negro como a noite de que tanto gosto, entorpeço os meus sentimentos e tento pintá-los de cores agradáveis, para quem me quiser ter a mim… corpo apenas, nada mais, ainda que emocionalmente exausto…  e para quê entregar a alguém mais do que isso, afinal…?

 …caminho lentamente para a porta, com a minha sombra, reflectida no chão, por companhia…

…e saio para a rua…      


JP ®

Pérolas 046 (in memoriam…Ray Manzarek)




Ray Manzarek 
(Chicago, Illinois, USA, 12 de Fevereiro de 1939 - Rosenheim, Alemanha, 20 de Maio de 2013)


…The Doors nunca existiriam sem a poesia e voz de Jim Morrison… mas nunca seriam os mesmos sem a melodia inconfundível e os arranjos que Ray Manzarek criou…


Love me two times, baby
Love me twice today
Love me two times, girl
I'm goin' away
Love me two times, girl
One for tomorrow
One just for today
Love me two times
I'm goin' away
Love me one time
I could not speak
Love me one time
Yeah, my knees got weak
Love me two times, girl
Last me all through the week
Love me two times
I'm goin' away
Love me two times
I'm goin' away
Love me one time
I could not speak
Love me one time
Yeah, my knees got weak
Love me two times, girl
Last me all through the week
Love me two times
I'm goin' away
Love me two times
I'm goin' away
Love me two times, baby
Love me twice today
Love me two times, girl
I'm goin' away
Love me two times, girl
One for tomorrow
One just for today
Love me two times
I'm goin' away
Love me two times, baby
Love me twice today
Love me two times, girl
I'm goin' away
In “Love Two Times” – The Doors


…devolução de um sonho…
















…devolvo-te tudo o que me deste …

 …fragmentos, pedaços, momentos de uma parte (muito feliz e sonhadora) da minha vida…

…mas devolvo-te, e que também me deste, silêncio, mentira, hipocrisia, dissimulação, deslealdade e muita (des)ilusão… durante todo esse tempo e mais ainda depois…

…desejo que encontres a felicidade na tua vida… e não da mesma forma como o desejaste uma vez para mim… …e sabes que o digo, como sempre te disse tudo: com sinceridade e directo, sem rodeios, sem máscaras, naquilo que gostavas de ouvir ou não, nas situações boas e más, no bem e no mal, mais cerebral ou mais de alma e coração… mas sendo sempre eu……

…não te devolvo o meu coração (vou guardá-lo num cantinho qualquer da minha toca, onde, antes de tu entrares na minha vida, estava sossegado e adormecido por falta de acreditar), porque ele tem um sentimento que foi meu, sentido e verdadeiro, em que sempre acreditei, mesmo que agora estilhaçado… e que, na verdade, tu sempre tiveste nas tuas mãos e nunca quiseste de verdade…ou apenas terás querido ter em sonhos, apenas na tua mente, isolado de tudo, de todos à tua volta e do teu mundo…

…e que até quiseste partilhar comigo: esses sonhos… isolada (e me isolando) de todos e tudo o mais… e apenas isso… mas nunca quiseste partilhar o amor verdadeiro e completo… e isso é algo que eu mais lamento (entre outras mais)…

…o teu coração e o teu amor não te posso devolver porque, afinal, constato que nunca os tive…

…devolvo-te os beijos, as juras eternas que me sussurraste no ouvido e escreveste no papel, as noites de amor, os olhares e as carícias trocadas, os momentos felizes…  (…mesmo sabendo muito bem que o que sempre retiveste e recordas mais de mim foram os maus momentos…eu que sempre te disse que não sou perfeito…muito longe disso, aliás…)

…devolvo-te todas as noites passadas sem sono contigo e que, feliz como uma criança, depois vi o sol nascer…  e devolvo-te também todas as noites em branco que passei sem ti...

…devolvo-te todos os segundos que passámos juntos…

…devolvo-te todas as palavras que me escreveste e falaste que, no fundo vejo, sempre foram um discurso oco, lançado ao vento…

…devolvo-te todas as canções, musicas, poemas, pensamentos, lugares, palavras, experiências, sentimentos, sonhos que acreditei partilhar contigo…

…devolvo-te a esperança de ser feliz, que tu um dia plantaste em mim… ser feliz com uma mulher que, realmente, amei …

…devolvo-te todas as vezes que me disseste que me amavas … porque espero que te recordes que te disse mais que uma vez que essa palavra (amo-te) para mim é sagrada e quanto demorei a soltá-la para ti (e depois repeti tantas vezes sempre com gosto e ciente de estava falando) porque não a entrego assim a ninguém… de forma fácil… apenas abrindo a boca e falando…

…devolvo-te as lágrimas que te vi e ouvi chorar e que dizias ser por mim ou por nós e o sofrimento que dizias sentir por isso…eu que, tentando suavizar tudo, tentava também puxar-te para cima e para proteger-te de mais dor, nunca fiz por chorar na tua frente, nem fiz muito por mostrar quanto sofria por ti… e só eu sei quanto chorei também e quanto sofri…sozinho… 

…não te devolvo a minha alma porque é eterna…e não é verdadeiramente minha, afinal… já deve ter passado por muitas vidas, pousou na minha agora e, porventura, irá viver outras…  certamente melhores que esta…

…e não te devolvo a mulher que conheci frágil, só, carente, algo triste e algo sem esperança que conheci há anos atrás e a quem dei amor, “alegria, ânimo, juventude e possibilidades de sonhar sem limites” (…estas palavras escritas são tuas e estão escritas aqui na minha frente, com a tua caligrafia, com a palavra “amor” repetida no resto do texto…mas mais uma vez, são apenas palavras, não é …?)

…e não te devolvo até porque essa mulher já não existe (e ainda bem) porque a vi renascer para a vida nos anos que passaram até hoje… e essa mulher também já não existe por outros motivos (para meu lamento)…  penso até que nunca terá mesmo existido… quiçá, apenas nos meus sonhos… que até já desaprendi de sonhar de novo…

…devolvo-te tudo o que te dei (…a minha vida inteira e eu inteiro também…) e devolvo-te tudo o que me deste (…quase nada, apenas uma miragem de felicidade…)


JP ®



…reverso do feitiço…



…noite ventosa hoje e ela fez novo ciclo…
…nova vida…
…e lá está altaneira, no céu sem estrelas…
…cheia, porém pálida e tão distante…
…sempre bela, retornando assim todos os meses…
…para me encantar, para me enfeitiçar…
…para me assombrar…


JP ®


There's a moon over Bourbon Street tonight

I see faces as they pass beneath the pale lamplight

I've no choice but to follow that call

The bright lights, the people, and the moon and all

I pray everyday to be strong

For I know what I do must be wrong

Oh you'll never see my shade or hear the sound of my feet

While there's a moon over Bourbon Street


It was many years ago that I became what I am

I was trapped in this life like an innocent lamb

Now I can never show my face at noon

And you'll only see me walking by the light of the moon

The brim of my hat hides the eye of a beast

I've the face of a sinner but the hands of a priest

Oh you'll never see my shade or hear the sound of my feet

While there's a moon over Bourbon Street


She walks everyday through the streets of New Orleans

She's innocent and young from a family of means

I have stood many times outside her window at night

To struggle with my instinct in the pale moonlight

How could I be this way when I pray to God above

I must love what I destroy and destroy the thing I love

Oh you'll never see my shade or hear the sound of my feet

While there's a moon over Bourbon Street

  In “Moon Over Bourbon Street” – Sting


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pérolas 045


…banda-sonora de regresso a casa…
…corpo rebentado por dentro e por fora, olhar no nada, pensamento no vazio…
…o eterno Jeff Buckley por companhia , colado nos ouvidos…
…“Last Goodbye”, em modo repetitus, para me confortar a alma…
 


Jeff Buckley - "Last Goodbye" - Live at MTV 15-01-1995

This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die
But it's over
Just hear this and then I'll go:
you gave me more to live for,
more than you'll ever know.

This is our last embrace,
must I dream and always see your face
Why can't we overcome this wall
Baby, maybe it is just because I didn't know you at all.

Kiss me, please, kiss me
But kiss me out of desire, babe, and not consolation
You know,
it makes me so angry 'cause I know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye

Did you say "no, this can't happen to me,"
and did you rush to your phone to call?
Was there a voice unkind in the back of your mind saying,
"Maybe...you didn't know him at all."

Well, the bells out in the church tower chime
Burning clues into this heart of mine
Thinking so hard on her soft eyes and the memory
Of her sighs that, "It's over...it's over..."


In “Last Goodbye” – Jeff Buckley

Pérolas 044 (...insónia com Gadu & Caetano...)

...insónia tremenda esta noite e daqui pouco tenho que ir trabalhar...
...já li um pouco, escrevi uns rascunhos, fumei meio maço de Camel, fui dar uma volta à rua para apanhar ar, tomei leite quente, fiquei a olhar para a tv por meia-hora...
...apenas para tentar dormir um par de horas que fosse...
...agora tento ser embalado para a cama com a Gadú e o Caetano...
...desconfio que não vai adiantar muito (...por várias razões...), mas o prazer de os ouvir, ainda mais juntos, é sempre imenso...

Caetano Veloso & Maria Gadú - Beleza Pura

Caetano Veloso & Maria Gadú - Menino Do Rio

Caetano Veloso & Maria Gadú - Nosso Estranho Amor

Caetano Veloso & Maria Gadú - O Leãozinho

Caetano Veloso & Maria Gadú - O Quereres

Caetano Veloso & Maria Gadú - Odara

Caetano Veloso & Maria Gadú - Rapte-me,  Camaleoa

Caetano Veloso & Maria Gadú - Sampa

Caetano Veloso & Maria Gadú - Shimbalaiê

Caetano Veloso & Maria Gadú - Trem Das Onze

Caetano Veloso & Maria Gadú - Vaca Profana

Caetano Veloso & Maria Gadú - Vai Levando

    
 ...e, entretanto, está quase amanhecendo...


Pérolas 043



(…white night… soul music, whisky & cigarettes…)


Fecha os olhos e imagina que não vivo mais
E que importa se louco sou
E somos desiguais, dizem os demais

Fui criança com pressa de crescer
Mas hoje a vida, a força faz-me perceber
Que tudo a seu tempo tem o seu valor
Tudo a seu tempo tem o seu valor

Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos aqui
Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos nós dois

Quem sabe, de repente, faz-me um sinal
Apenas um sinal
Um gesto simples, não complicado nem ousado
Apenas um sinal

Fui criança com pressa de crescer
Mas hoje a vida, a força faz-me perceber
Que tudo a seu tempo tem o seu valor
Tudo a seu tempo tem o seu valor

Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos aqui
Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos nós dois

In “Não Me Deixes Partir” – HMB

terça-feira, 21 de maio de 2013

…relva fresca e pés descalços…


…os pés descalços apoiados na frescura do muro caiado de branco…

…as nuvens brancas a desenhar castelos no azul-claro do céu…

…a relva ainda orvalhada da manhã faz-me cócegas nas costas nuas, peito aberto voltado para o sol que me aquece a face…

…um vento leve provoca um suave arrepiar de pele, ouço-o acariciar os ramos pendentes dos salgueiros perto de mim…

…abro os olhos e deixo-os pousados na sombra que me cobre agora o rosto… sombra das páginas do livro, cheias, brilhantes de uma estória comovente, linda com palavras simples, que releio amiúde…    

              “O gato grande, preto e gordo estava a apanhar sol na varanda, ronronando e meditando acerca de como se estava bem ali, recebendo os cálidos raios de barriga para cima, com as quatro patas muito encolhidas e o rabo estendido.
            No preciso momento em que rodava preguiçosamente o corpo para que o sol lhe aquecesse o lombo ouviu um zumbido provocado por um objecto voador que não foi capaz de identificar e que se aproximava a grande velocidade. Atento, deu um salto, pôs-se de pé nas quatro patas e mal conseguiu atirar-se para o lado para se esquivar à gaivota que caiu na varanda.”   *

…também quando eu agora rodo “preguiçosamente o corpo”, um outro gato “aterra” junto de mim…

…com as patas quase flutuando na erva, o Faísca vai cabeceando-me suavemente as mãos, procurando as festas de que tanto gosta…

…refastela-se ao meu lado, barriga para o ar, afago-lhe o pelo sedoso, malhado de cinza e branco e o topo de cabeça, entre as orelhas espetadas, o que sempre lhe dá um prazer especial…

…deito-me de bruços, reiniciando o deleite da leitura e o bichano começa a dormitar, esticado no chão verde, pontilhado de pequeninos malmequeres brancos…

…balanço os pés descalços, as nuvens lá em cima vão-se espalhando como fiapos de linho, a brisa continua agradável e a relva fresca…

…um momento não é tudo… mas existem coisas simples na vida que são tudo num só momento…
 JP ®

* Excerto do livro “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, de Luis Sepúlveda


domingo, 19 de maio de 2013

...ser Benfiquista...




…em quatro dias, o “meu” Benfica sofreu dois tiros no coração: ambos sem hipótese de reacção porque foram tomados “fora de tempo” (o fatídico minuto “92”), nos descontos de dois jogos intensos…

…e, no entanto, como os adeptos do Glorioso são diferentes de todos os outros, ninguém diria que a equipa perdeu uma final da Liga Europa e (quase praticamente) perdeu o campeonato português, tal o carinho que foi dispensado à equipa…

...os clubes de grandeza maior no mundo (como o SLB é e outros gostariam de ser), reconhecem-se e relevam-se nas vitórias, mas também (e às vezes muito mais) nas mais amargas derrotas…

…o texto que se segue (acompanhado de versão áudio) é uma das formas mais arrebatadas e emocionantes de demonstração do que é ser e sentir o Sport Lisboa e Benfica… porque sendo único, não existe outro igual…


 Não é distância, é Benfica!
Não sou do Benfica por ter visto o Eusébio, o Coluna, o Torres ou o José Águas a jogar.

Não assisti à conquista das Taças dos Campeões e pouco me lembro das últimas finais europeias.

Não sou do Benfica, por ser de Lisboa, porque não o sou. Nasci no Porto, na bela cidade do Porto, mas desde pequeno que só vivo uma cor… vermelho!
Muitos me perguntaram como é possível ser de um clube que mora a mais de 300kms de distância, muitos me tentaram mudar, mas todos falharam. Porquê?

Porque o Benfica me escolheu.

O Benfica viu que o meu Portugal é maior que a minha cidade, viu em mim um cidadão do mundo. Viu em mim a capacidade de voar nas asas duma Vitória. Viu que não me contento em ser bom, tenho de ser o melhor. Viu que eu não suporto injustiças, tenho de ser solidário. Viu que eu não me fecho em barreiras culturais ou étnicas, tenho de ser livre. Viu que eu não justifico os meios para atingir os fins, tenho de ser justo. Viu que eu não posso ser pequeno, tenho de ter o maior coração do mundo.

Viu que eu não corro em vão. Corro, eu corro para ser campeão. O Benfica viu em mim acima de tudo um cidadão que é fanático pelo golo, pelas vitórias, pelas fintas, pelas lágrimas, pelo amor, pelo companheirismo, pela camaradagem, pela glória e pelos troféus.

E mais importante que tudo isso, mais importante do que o que o Benfica viu em mim, é o que o Benfica me faz ver.

Faz-me ver que a paixão não tem cor, raça, credo ou lugar. Fez-me ver que é preciso lutar para atingir os objectivos. Fez-me ver que muitos te vão querer mal e tentar deitar-te abaixo só porque tu és melhor que eles. Faz-me ter orgulho em conhecer a sua história e fazer parte dela. Faz-me sentir privilegiado por ter sido escolhido por um clube que tem apaixonados em todo o mundo.


Ó Benfica que me rasgas o coração

Que me faz viver por ti...

...E chorar de emoção.

Numa certeza intensa

Que lutarei sempre por ti

Para que no fim chegue orgulhoso

Pelas vitórias que vivi

Seja no meu país...

...ou noutro lugar qualquer.

Milhões correm contigo

Na esperança de te ver vencer

Digam eles o que disserem

Julguem, se quiserem julgar

Estaremos sempre ao vosso lado

Pela força de te amar

Contigo aprendi, aprendi a lutar, aprendi a sofrer

E aprendi que serei Benfica

Que serei Benfica até morrer...

Ninguém escolhe o Benfica, é o Benfica quem te escolhe para seres um de nós. O Benfica é mais do que um clube, o Benfica é uma fé, que nos invade e nos enche de alegria só por dizer o seu nome.
Todos estes valores estão na génese do maior clube do mundo, que nasce da vontade e sobrevive pela solidariedade.
Se és benfiquista é porque o Benfica te deu esse privilégio, vive-o com toda a tua paixão. Ser benfiquista é sentir a responsabilidade preservar todos estes valores e passa-los às gerações seguintes. E se eles a aceitarem, também eles serão certamente escolhidos pelo clube do povo.

Nasci no Porto, mas podia ter nascido em Espanha, em França, em Angola, em Moçambique, Luxemburgo, Alemanha, Holanda, Brasil, Estados Unidos, China, Japão ou até noutro planeta qualquer.

Por isso, quando me perguntam porque é que eu sou do Benfica se nasci no Porto, eu respondo: O Benfica não mora em Lisboa, o Benfica mora dentro de mim.

Os nossos fundadores deram-nos o lema: E pluribus unum (De todos, um.)

E nós gritamos: BENFICA !!!

(baseado no áudio de Guilherme Cabral "Não é distância, é Benfica", com texto de Ricardo Caldas – banda sonora: Maybeshewill - He Films The Clouds Pt.2) - meu imenso agradecimento a ambos - JP